Primer ministro francés: “Existe un apartheid territorial, social y étnico en Francia”

El primer ministro francés, Manuel Valls, ha admitido que en Francia se está imponiendo “un ‘apartheid’ territorial, social y étnico” que ha avanzado mucho desde los disturbios callejeros del año 2005. Este ‘apartheid’ adopta la forma de guetos en las periferias urbanas y de “discriminaciones cotidianas porque alguien no tiene un buen apellido, un buen color de piel o porque es mujer“, según cita el diario ‘Le Point’.

En una reunión con la prensa, el político habló de las “tensiones que se incuban en silencio desde hace tiempo, de las cuales solo se habla de vez en cuando”. Entre los factores de la creciente segregación en la sociedad francesa destacó “el miedo colectivo frente al paro masivo y duradero, al paro juvenil, frente a la vida demasiado cara, al riesgo de decadencia” y otras preocupaciones de índole económico-social.

 

O TERROR, O “OCIDENTE”, E A SEMEADURA DO CAOS

por Mauro Santayana
Há alguns dias, terroristas franceses, ligados, aparentemente, à Al Qaeda, atacaram a redação do jornal satírico parisiense Charlie Hebdo, em represália pela publicação de caricaturas sobre o profeta Maomé.

Doze pessoas foram assassinadas, entre elas alguns dos mais famosos cartunistas e intelectuais do país, e dois cidadãos de origem árabe, um deles, estrangeiro, que trabalhava há pouco tempo na publicação, e um membro das forças de segurança que estava nas imediações.

Logo em seguida, houve, também, outro ataque, a um supermercado kosher na periferia de Paris, em que 4 judeus franceses e estrangeiros morreram.

Dias depois, milhões de pessoas, e personalidades de vários países do mundo, se reuniram nas ruas da capital francesa, para protestar contra o atentado, e se manifestar contra o terrorismo e pela liberdade de expressão.

Na mesma primeira quinzena de janeiro, explodiram carros-bomba, e homens-bomba, também ligados a grupos radicais islâmicos, no Líbano (Beirute), na Síria (Aleppo), na Líbia (Benghazi), e no Iraque (Al-Anbar), com dezenas de mortos, em sua maioria civis.

Mas, como sempre, não seria normal esperar que algum destes fatos tivesse a mesma repercussão do atentado em Paris, capital de um país europeu, ou que a alguém ocorresse produzir cartazes e neles escrever Je suis Ahmed, ou Je suis Ali, ou Je suis Malak, Malak Zahwe, a garota brasileira, paranaense, de 17 anos, que morreu na explosão de um carro-bomba, junto com mais 4 pessoas (20 ficaram feridas), no dia 2 de janeiro, em Beirute.

No entanto, os homens, mulheres e crianças, mortos, todos os dias, no Oriente Médio e no Norte da África, são tão frágeis e preciosos, em sua fugaz condição humana, quanto os que morreram na França, e vítimas dos mesmos criminosos, criados pela onda de radicalização e rápida expansão do fundamentalismo islâmico, nos últimos anos.

Raivosas, autoritárias, intempestivas, numerosas vozes se alçaram, em vários países, incluído o Brasil, para gritar – em raciocínio tão ignorante quanto irascível – que o terrorismo não tem que ser “compreendido” e, sim, “combatido”.

Os filósofos e estrategistas chineses ensinam, há séculos, que sem conhecê-los, não é possível vencer os eventuais adversários, nem mudar o mundo.

Além disso, não podemos, por aqui, por mais que muitos queiram emular os países “ocidentais”, em seu ardoroso “norte-americanismo” e “eurocentrismo”, esquecer que existem diferenças históricas, e de política externa, entre o Brasil, os EUA, e países da OTAN como a França.

Podemos dizer que Somos Charlie, porque defendemos a liberdade e a democracia, e não aceitamos que alguém morra por fazer uma caricatura, do mesmo jeito que não podemos aceitar que uma criança pereça bombardeada pela OTAN no Afeganistão ou na Líbia, ou porque estava de passagem, no momento em que explodiu um carro-bomba, por um posto de controle em Aleppo, na Síria.

Mas é preciso lembrar que, ao contrário da França, nunca colonizamos países árabes e africanos, não temos o costume de fazer charges sobre deuses alheios em nossos jornais, não jogamos bombas sobre países como a Líbia, não temos bases militares fora do nosso território, não colaboramos com os EUA em sua política de expansão e manutenção de uma certa “ordem” ocidental e imperial, e, talvez, por isso mesmo – graças a sábia e responsável política de Estado, que inclui o princípio constitucional de não intervenção em assuntos de outros países – não sejamos atacados por terroristas em nosso território.

As raízes dos atentados de Paris, e do mergulho do Oriente Médio na maior, e, com certeza, mais profunda tragédia de sua história, não está no Al Corão ou nas charges contra o Profeta Maomé, embora estas últimas possam ter servido de pretexto para ataques como o que ocorreu em Paris.

Elas começaram a se tornar mais fortes, nos últimos anos, quando o “ocidente”, mais especificamente alguns países da Europa e os EUA, tomaram a iniciativa de apoiar e insuflar, usando também as redes sociais, o “conto do vigário” da Primavera Árabe em diversos países, com a intenção de derrubar regimes nacionalistas que, com todos os seus defeitos, tinham conquistado certo grau de paz, desenvolvimento e estabilidade para seus países nas últimas décadas.

Inicialmente promovida, em 2011, como “libertária”, “revolucionária”, a Primavera Árabe iria, no curto espaço de três anos, desestabilizar totalmente a região, provocar massacres, guerras civis, golpes de Estado, e alcançar, por meio da intervenção militar direta e indireta da OTAN e dos EUA em vários países, a meta de tirar do poder, a qualquer custo, regimes que lutavam para manter um mínimo de independência e soberania em suas relações com os países mais ricos.

Quando os EUA, com suas “primaveras” – que não dão flores, mas são fecundas em crimes e cadáveres – não conseguem colocar no poder um governo alinhado com seus interesses, como na Ucrânia e no Egito, jogam irmão contra irmão e equipam com armas, explosivos, munições, terroristas, bandidos e assassinos para derrubar quem estiver no comando do país.

O objetivo é destruir a unidade nacional, a identidade local, o Estado e as instituições, para que essas nações não possam, pelo menos durante longo período, voltar a organizar-se, a ponto de tentar desafiar, mesmo que em pequena escala, os interesses norte-americanos.

Foi assim que ocorreu com a intervenção dos EUA e de aliados europeus como a Itália e a França – contra a recomendação de Brasil, Rússia, Índia e China, no Conselho de Segurança da ONU – no Iraque, na Líbia e na Síria.

Durante décadas, esses países – com quem o Brasil tinha, desde os anos 1970, boas relações – viveram sob relativa estabilidade, com a economia funcionando, crianças indo para a escola, e diferentes etnias, religiões e culturas, dividindo, com eventuais disputas, o mesmo território.

Estradas, rodovias, sistemas de irrigação, foram construídos – também com a ajuda de técnicos, operários e engenheiros brasileiros – com os recursos do petróleo, e países como o Iraque chegavam a importar automóveis, como no caso de milhares de Volkswagens Passat fabricados no Brasil, para vender aos seus cidadãos de forma subsidiada.

Na Líbia de Muammar Kadafi, segundo o próprio World Factbook da CIA, 95% da população era alfabetizada, a expectativa de vida chegava, para os homens, segundo dados da ONU, a 73 anos, e a renda per capita e o IDH estavam entre os maiores do Terceiro Mundo, mas esses dados nunca foram divulgados normalmente pela imprensa “ocidental”.

Pode-se perguntar a milhares de brasileiros que estiveram no Iraque, que hoje têm entre 50 e 70 anos de idade, se, naquela época, sunitas e xiitas se matavam aos tiros pelas ruas, bombas explodiam em Basra e Bagdá todos os dias, como explodem hoje, a qualquer momento, também em Trípoli ou Damasco, ou milhares de órfãos tentavam atravessar montanhas e rios sozinhos, pisando nos restos de outras crianças, mortas em conflitos incentivados por “potências” estrangeiras, ou tentavam sobreviver caçando, a pedradas, ratos por entre escombros das casas e hospitais em que nasceram.

São, curdos, xiitas, sunitas, drusos, armênios, cristãos maronitas, inimigos?

Antes, trabalhavam nos mesmos escritórios, viviam nas mesmas ruas, seus filhos frequentavam as mesmas salas de aula, mesmo que eles não tivessem escolhido, no início, viver como vizinhos.

Assim como no caso de hutus e tutsis em Ruanda, e em inúmeras ex-colônias asiáticas e africanas, as fronteiras dos países do Oriente Médio foram desenhadas, na ponta do lápis, ao sabor da vontade do Ocidente, quando da partilha do continente africano por europeus, obedecendo não apenas ao resultado de Conferências como a de Berlim, em 1884, mas também à máxima de que sempre se deve “dividir para comandar”, mantendo, de preferência, etnias de religiões e idiomas diferentes dentro de um mesmo território ocupado pelo colonizador.

Eram Saddam Hussein e Muammar Kadafi, ditadores? É Bashar Al Assad, um déspota sanguinário?

Quando eles estavam no poder, não havia atentados terroristas em seus países.

E qual é a diferença deles e de seus regimes, para os líderes e regimes fundamentalistas islâmicos comandados por xeques e emires, na mesma região, em que as mulheres – ao contrário dos governos seculares de Saddam, Kadafi e Assad – são obrigadas a usar a burka, não podem sair de casa sem a companhia do irmão ou do marido, se arriscam a ser apedrejadas até a morte ou chicoteadas em caso de adultério, e não há eleições, a não ser o fato de que esses regimes são dóceis aliados do “ocidente” e dos EUA?

Se os líderes ocidentais viam Kadafi como inimigo, bandido, estuprador e assassino, por que ele recebeu a visita do primeiro-ministro britânico Tony Blair, em 2004; do Presidente francês Nicolas Sarkozy – a quem, ao que tudo indica, emprestou 50 milhões de euros para sua campanha de reeleição – em 2007; da Secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, em 2008; e do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi em 2009?

Por que, apenas dois anos depois, em março de 2011 – depois de Kadafi anunciar sua intenção de nacionalizar as companhias estrangeiras de petróleo que operavam, ou estavam se preparando para entrar na Líbia (Shell, ConocoPhillips, ExxonMobil, Marathon Oil Corporation, Hess Company) esses mesmos países e os EUA, atacaram, com a desculpa de criar uma Zona de Exclusão Aérea sobre o país, com 110 mísseis de cruzeiro, apenas nas primeiras horas, Trípoli, a capital líbia, e instalações do governo, e armaram milhares de bandidos – praticamente qualquer um que declarasse ser adversário de Kadafi – para que o derrubassem, o capturassem e finalmente o espancassem, a murros e pontapés, até a morte?

Ora, são esses mesmos bandidos, que, depois de transformar, com armas e veículos fornecidos por estrangeiros, a Líbia em terra de ninguém, invadiram o Iraque e, agora, a Síria, e se uniram para formar o Estado Islâmico, que pretende erigir uma grande nação terrorista juntando o território desses três países, não por acaso os que foram mais devastados e destruídos pela política de intervenção do “ocidente” na região, nos últimos anos.

11-de-setembro-todo-dia

Foram os EUA e a Europa que geraram e engordaram a cobra que ameaça agora devorar a metade do Oriente Médio, e seus filhotes, que também armam rápidos botes no velho continente. Serpentes que, por incompetência e imprevisibilidade, depois da intervenção na Líbia, a OTAN e os EUA não conseguiram manter sob controle.

Os Estados Unidos podem, pelo arbítrio da força a eles concedida por suas armas e as de aliados – quando não são impedidos pelos BRICS ou pela comunidade internacional – se empenhar em destruir e inviabilizar pequenas nações – que ainda há menos de cem anos lutavam desesperadamente por sua independência – para tentar estabelecer seu controle sobre elas, seu povo e seus recursos, objetivo que, mesmo assim, nunca conseguiram alcançar militarmente.

Mas não podem cometer esses crimes e esses equívocos, diplomáticos e de inteligência, e dizer, cinicamente, que o fizeram em nome da defesa da Liberdade e da Democracia.

Assim como não deveriam armar bandidos sanguinários e assassinos para combater governos que querem derrubar, e depois dizer que são contra o terrorismo que eles mesmos ajudaram a fomentar, quando esses mesmos terroristas, além de explodir bombas e matar pessoas em Bagdá, Damasco ou Trípoli, todos os dias, passam a fazer o mesmo nas ruas das cidades da Europa ou dos próprios Estados Unidos.

O “terrorismo” islâmico não nasceu agora.

Mas antes da balela mortífera da Primavera Árabe, e da Guerra do Iraque, que levou à destruição do país, com a mentirosa desculpa da posse, por Saddam Hussein, de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas – tão falsa quanto o pretexto do envolvimento de Bagdá no ataque às Torres Gêmeas, executado por cidadãos sauditas, e não líbios, sírios ou iraquianos – não havia bandos armados à solta, sequestrando, matando e explodindo bombas nesses 3 países.

Hoje, como resultado da desastrada e criminosa intervenção ocidental, o terror do Estado Islâmico, o ISIS, controla boa parte dos territórios e da sofrida população síria, iraquiana e líbia, e, a partir deles, está unindo suas conquistas em torno da construção de uma nação maior, mais poderosa, e extremamente mais radical do ponto de vista da violência e do fundamentalismo, do que qualquer um desses países jamais o foi no passado.

O ataque terrorista à redação e instalações do semanário francês Charlie Hebdo, e do Mercado Kosher, em Vincennes, Paris, foram crimes brutais e estúpidos.

Mas não menos brutais, e estúpidos, do que os atentados cometidos, todos os dias, contra civis inocentes, entre muitos outros lugares, como a Síria, o Iraque, a Líbia, o Afeganistão.

Quem quiser encontrar as sementes do caos que também atingiram, em forma de balas, os corpos dos mortos do Charlie Hebdo poderá procurá-las no racismo de um continente que acostumou-se a pensar que é o centro do mundo, e que discrimina, persegue e despreza, historicamente, o estrangeiro, seja ele árabe, africano ou latino-americano; e no fundamentalismo branco, cristão e rançoso da direita e da extrema direita norte-americanas, cujos membros acreditam piamente que o Deus vingador da Bíblia deu à “América” do Norte o “Destino Manifesto” de dirigir o mundo.

Em nome dessa ilusão, contaminada pela vaidade e a loucura, países que se opuserem a isso, e milhões de seres humanos, devem ser destruídos, mesmo que não haja nada para colocar em seu lugar, a não ser mais caos e mais violência, em uma espiral de destruição e de morte, que ameaça a sobrevivência da própria espécie e explode em ódio, estupidez e sangue, como agora, em Paris, neste começo de ano.

¿Quién era el fiscal Alberto Nisman?

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Natalio Alberto Nisman fue encontrado muerto la madrugada de este lunes en su departamento. Era el fiscal de la investigación del atentado contra la Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA), que en 1994 fue objeto de un atentado que se cobró la vida de 85 personas.

Natalio Alberto Nisman saltó a la fama internacional cuando en 2010 WikiLeaks publicara una serie de cables de la embajada de Estados Unidos (EE.UU.) en Argentina en los que se comprobaba cómo la investigación que él llevaba sobre el atentado a la AMIA, que en 1994 se cobró 85 víctimas fatales, era dirigida desde Washington.

En lo cables filtrados por la web dirigida por Julian Assange, hay informes de las visitas de Nisman a la embajada y a Estados Unidos (EE.UU.) donde se discutían los detalles de la causa, enviaba documentos legales antes de ser presentados a la Justicia argentina e incluso pedía disculpas por no avisar de procedimientos inherentes a su cargo.

De profesión abogado, Nisman adquirió experiencia como fiscal en los tribunales de Morón, en la provincia de Buenos Aires. Estuvo casado con la jueza federal Sandra Arroyo Salgado, a quien frecuentemente se le ha relacionado con la SI.

Nisman y EE.UU.

En el marco de la investigación por la causa AMIA, en 2008, Nisman ordenó la detención del expresidente Carlos Menem y del exjuez Juan José Galeano. Este hecho, según los documentos filtrados de WikiLeks, habría generado el disgusto del estadounidense Buró Federal de Investigaciones (FBI).

En mayo de 2008 el entonces embajador estadounidense Earl Anthony Wayne, se quejó en un cable emitido al filo de la medianoche por el pedido de detención de Carlos Menem y los demás funcionarios por desviar la investigación.

En otro cable, escrito el 27 de mayo de 2008, la embajada de EE.UU. en Argentina reseña que Nisman llamó al embajador estadounidense para disculparse luego de que el pedido de arresto del expresidente Carlos Menem coincidiera con la visita al país del vicedirector del FBI.

Nisman dijo “no sabía a quién más informar”. En el mismo cable, la embajada de Estados Unidos advierte que el FBI ha alentado a Nisman para que focalizara la investigación en los ataques y no en los supuestos “encubrimientos”. Días después, Nisman ofrece más explicaciones (“El fiscal especial de Argentina defiende sus acciones”, reza otro cable).

Incluso, Nisman, informaba a Estados Unidos sobre la pista de nuevos sospechosos, antes que a la Justicia de su propio país. En un cable fechado el 19 de mayo de 2009, Nisman le advierte a la embajada de Estados Unidos sobre su próxima acusación sobre un nuevo sospechoso en el caso, incluso antes de que el juez Canicoba Corral recibiera el escrito.

Trabajó durante 10 años con el “espía histórico”, el exDirector General de Operaciones de la Secretaría de Inteligencia (SI), Antonio Stiles, alias “Jaime Stiuso”, quien se retiró de su cargo en diciembre pasado tras 42 años de servicio, incluidos siete con los cuatro gobiernos militares que dejaron unos 30 mil detenidos-desaparecidos en el llamado “Proceso de Reorganización Nacional” (1976-1983).

Jaime Stiusso tuvo también estrecha relación con la Agencia Central de Inteligencia de Estados Unidos (CIA) y con la Mossad israelí.

Acusar a Irán

El periodista argentino Santiago O’Donnell, quien analizó los cables de WikiLeaks y autor de “Argenleaks” y “Politleaks”, asegura que Alberto Nisman recibía desde la embajada de Estados Unidos la instrucción de acusar a Irán del atentado contra la AMIA.

“Los cables demuestran que no actuó con independencia de la Embajada de Estados Unidos (…) Anticipaba a la Embajada lo que iba a hacer y la Embajada le decía lo que tenía que hacer”, afirmó el periodista en declaraciones a radio América, al agregar que (a Nisman) le decían que no podía investigar la pista siria ni la conexión local porque eso iba a distraer, y daba como culpables a los iraníes”, sostuvo, según reseña la agencia de noticias Télam.

Contra la Presidenta

La semana pasada, Nisman había acusado a la presidenta Cristina Fernández y varios ministros y políticos de haber acordado “la impunidad de Irán” antes de la firma del tratado de cooperación con el país asiático para avanzar en el esclarecimiento del atentado contra la AMIA.

El jefe de Gabinete, Jorge Capitanich, calificó la acusación de Nesman como “ridícula y violatoria de artículos esenciales de la Constitución Nacional”.


Capitanich, dijo que “el pedido especial de la causa AMIA por parte (del fiscal) Alberto Nisman de llamar a indagatoria a la presidenta de la Nación, Cristina Fernández de Kirchner, al canciller Héctor Timerman y al (diputado nacional) Andrés Larroque” es “disparatada, absurda, ilógica, irracional, ridícula y violatoria de artículos esenciales de la Constitución Nacional”.

En respuesta, el pasado 15 de enero el canciller argentino, Héctor Timmerman, denunciaba en un comunicado que Nisman nunca quiso viajar a la sede central del Interpol en Lyon, Francia, para solicitar la activación de las boletas rojas para la captura de los responsables del ataque a la AMIA, y que sólo había accedido a viajar tras reunirse (acompañado por Stiusso) con el para entonces ministro de Interior, Aníbal Fernández.

“Ayer, el actual Secretario General de la Presidencia, Aníbal Fernández, recordaba que cuando se desempeñaba como Ministro del Interior de Néstor Kirchner debió convencer al Fiscal Nisman que acompañe a la delegación argentina a la sede central de Interpol en Lyon para solicitar se emitan órdenes de arresto contra los sospechosos iraníes. Nisman rehusaba viajar a pesar de que era su investigación la que se presentaba como prueba para pedir los arrestos. ¿Por qué se negaba y por qué sólo aceptó viajar luego de pedirle al agente del Servicio de Inteligencia, Jaime Stiuso, que lo acompañe a hablar con Aníbal Fernández?.

Nisman debería aclarar si la denuncia contra la Presidenta tiene alguna relación con la reciente decisión de separar a Stiuso de los Servicios de Inteligencia o con la cercanía del inicio del juicio por encubrimiento”. (TeleSUR)

Las preguntas que debía responder Nisman

Nisman debía concurrir al Congreso para dar precisiones sobre su denuncia contra la presidenta Cristina Kirchner por el Memorando de Entendimiento con Irán. Debía responder, por ejemplo, por qué el Gobierno pidió que sigan vigentes los alertas rojos si el objetivo del supuesto plan de encubrimiento era que se levantaran. O por qué no se vendieron granos a Irán ni nunca se presentó la supuesta pista falsa.

 

Por Raúl Kollmann
La sala II del Anexo del Congreso era el lugar previsto para que el fiscal Alberto Nisman concurriera a la Comisión de Legislación Penal a informar sobre su denuncia contra la Presidenta y el canciller por el caso AMIA. El fiscal sostuvo que se pactó la impunidad de los sospechosos iraníes a través de la creación de una pista falsa en la que se le atribuiría el ataque a “fachos locales”; se pactó el levantamiento de las señales rojas y luego un acuerdo de intercambio económico de petróleo iraní por granos argentinos. El fiscal hubiera tenido un problema grave para explicar mañana: ninguna de esas cosas ocurrió. Ni hubo pista de fachos locales ni se levantaron los alertas ni se compró una gota de petróleo a Teherán. Además, Nisman dijo que gran parte de la maniobra, que comenzó hace cuatro años, recayó en un agente de la Secretaría de Inteligencia (SI). Es decir que el principal socio del fiscal, el poderoso jefe de Operaciones de la SI, Jaime Stiuso, quien manejaba la Secretaría a su placer, tuvo bajo su mando a un agente que supuestamente trabajó para Irán y que él nunca denunció ni relevó. Nisman presentó un pedido de que se levante el secreto y que ese agente declare. La voluntad del Gobierno, como lo hizo en el caso AMIA anteriormente, es levantar toda veda y que el agente señalado declare. El problema es que la denuncia de Nisman todavía no da las precisiones ni pruebas necesarias para que la Presidenta redacte el decreto (ver aparte).

A continuación se analizan los principales puntos oscuros de la denuncia, sobre los cuales tenía que responder Nisman esta tarde.

1 – El fiscal dijo que se acordó levantar los alertas rojos de Interpol, rebajando las capturas de los sospechosos iraníes. ¿Cómo explica que el secretario general de Interpol lo desmiente en forma tajante?

La secuencia es muy categórica. En primer lugar, se exhibió la carta del canciller Timerman a Interpol dos semanas después de firmado el memorándum. En 20 renglones el ministro le dijo dos veces al secretario general de Interpol que la firma del acuerdo no cambiaba el status de las órdenes de captura y que cualquier cambio sólo podía provenir del juez de la causa, Rodolfo Canicoba Corral. Dos meses después, Interpol contestó aquella carta diciendo que efectivamente los alertas rojos no se tocaban. El viernes, Noble le envió un mail a Timerman respaldándolo en un ciento por ciento y diciendo que nunca la Argentina hizo una gestión para que se levanten los alertas. En la entrevista concedida a Página/12, sostiene que lo afirmado por Nisman “es falso”. “Al contrario, señor Nisman –dice Noble–, el ministro de Relaciones Exteriores de Argentina, Héctor Timerman, y cada uno de los funcionarios del gobierno argentino con los que me encontré y hablé de esta cuestión, tuvieron siempre la misma posición: los alertas rojos de Interpol contra los ciudadanos iraníes debían mantenerse sí o sí”.

Nisman sostuvo en su denuncia, que, por ejemplo, “en septiembre de 2013, Timerman se reunió con Noble para convencerlo de que autorice el cese de las notificaciones rojas”. Noble dice exactamente lo contrario: “Timerman vino a Lyon a reafirmar que la firma del memorándum no significa ningún cambio en los alertas rojos. Recuerdo la pasión con la que habló”, recordó el secretario general de Interpol.

Estas respuestas de Noble dejan a Nisman girando en el vacío: el principal protagonista dice que lo afirmado por el fiscal es mentira.

2 – ¿Dónde está la pista en la que se involucraría como autores del atentado a “fachos locales”? ¿Por qué no se la informó al juez?

En el resumen que distribuyó Nisman sobre su presentación judicial, se dice que en noviembre de 2012 el ex juez Héctor Yrimia se reunió con el dirigente de la comunidad argentino-iraní, Alejandro Yussuf Khalil, y combinaron armar una pista falsa destinada a echarles la culpa del atentado a “fachos locales” y sacarles la responsabilidad a los iraníes.

¿Dónde se presentó esa pista en estos dos años y tres meses? Si no se presentó en ningún lugar, ni siquiera constituyó una tentativa de encubrimiento, de desviar la causa. Como sostiene el ex integrante de la Corte, Raúl Zaffaroni, aun en caso de probarse lo que dice el fiscal, es la preparación de un delito, no un delito. Y la preparación es impune porque no se ha llegado al principio de ejecución. Y de todas formas ¿cómo se llegaría de una conversación entre Yrimia y Khalil a la participación de la Presidenta y el canciller?

El juez Rodolfo Canicoba Corral, encargado de la causa AMIA, dice que es gravísimo que no se le haya informado que podía existir otra pista, aun si no fuese verdadera, en el caso AMIA. “El fiscal hizo una investigación paralela y clandestina sobre algo que tenía que ver con el atentado en sí mismo. Eso es muy serio y tengo que estudiar si no incurrió en una gravísima desviación de la causa”, razonó el magistrado.

Hay una pregunta retórica inevitable: ¿ante quién debía presentarse la nueva pista de los fachos locales? La respuesta es obvia: ante el propio Nisman y el juez. De manera que la supuesta intención de desviar la causa ni siquiera tenía posibilidades de prosperar sin el visto bueno del fiscal.

3 – ¿El plan tenía el objetivo de cambiar petróleo por granos?

Ya se ha dicho que eso tampoco ocurrió. Argentina nunca le compró una gota de petróleo a Irán y tampoco hubo ningún convenio. Nunca hubo una misión comercial de Argentina a Irán o de Irán a la Argentina. El país sólo compró petróleo en 2013 y provino de Nigeria y otros combustibles se le compran a traders cuyo proveedor en ningún caso fue Irán.

Nisman sostuvo que el canciller mintió cuando dijo que no se le vendía a Irán por los embargos internacionales. Pero no fue así. Aquella frase fue pronunciada por Timerman en una visita al Congreso cuando el diputado radical Ricardo Gil Lavedra le preguntó si era verdad que Argentina le vendió una central nuclear a Irán. Ahí Timerman contestó justamente que de ninguna manera, que no se le podía vender una central nuclear a Irán por los embargos internacionales de una instalación sensible como ésa.

Argentina le vende muy poco a Irán y las cosas no cambiaron para nada con la firma del memorándum. El 80 por ciento de los 1200 millones de dólares que Argentina le vende a Irán es soja que no provee el Estado, sino que buena parte sale del grupo Grobocopatel, que nada tiene que ver con el Gobierno.

4 – Nisman sostiene que en la ciudad siria de Alepo, Timerman pactó la impunidad con el canciller iraní. ¿Cuál es la prueba?

En su escrito, el fiscal asegura que el canciller iraní Alí Salehi y Timerman se reunieron en esa ciudad siria en 2011. Fue público que el canciller argentino se encontró con el presidente de Siria, pero en todo caso no constituía ningún delito que Timerman se reuniera con Salehi: la Argentina desde hacía rato trataba de lograr un acuerdo con Irán para encontrar un tercer país donde hacer el juicio AMIA o buscar una forma de que los sospechosos se presentaran a la Justicia. Nisman dice que su prueba es que el periodista José “Pepe” Eliaschev afirma que vio un documento supuestamente de Salehi al presidente de Irán donde le contaba que había pactado con Timerman. ¿El texto? No, el documento de Salehi no está. Ni existe la más mínima posibilidad de que se pueda probar que era auténtico. La pregunta que seguramente tendrá que responder Nisman es ¿le parece que eso es una prueba?

5 – ¿Quién apañó al supuesto agente pro iraní de la ex SIDE? ¿De quién dependía?

Es público y notorio que el sostén de Nisman ha sido el poderoso ex jefe de Operaciones de la SI, Jaime Stiuso. En la página 16 de su denuncia, Nisman transcribe una escucha de un agente de la SI que habla con el dirigente supuestamente pro-iraní, Khalil. “Tengo un chisme… Me dijeron ahí en la casa (la ex SIDE) que Interpol va a levantar los alertas rojos.” No parece una prueba de envergadura y todo indica que es de hace, cómo mínimo, un año y medio. Pero, además, a ese agente o a otro –no está claro en el texto del fiscal– también lo involucran en el armado de la pista de los fachos locales.

Es decir que dentro de la Secretaría que manejaba Stiuso a su antojo, permitió –supuestamente– que operaran durante un año y medio agentes proiraníes que, hasta el momento, no se sabe quiénes son.

Aún así, Nisman dijo que respondían a la Presidenta, pese a que no tiene ni una escucha de la mandataria, ni siquiera del diputado Andrés Larroque y apenas frases del dirigente argentino pro-iraní, de Luis D’Elía y Fernando Esteche. Ninguno de estos tres es funcionario ni allegado a la Presidenta. Como señaló el juez Canicoba Corral, ni siquiera las escuchas son pruebas en sí mismas: es la SI la que dice que Fulano afirma tal cosa. Hay que ver si es verdad, hay que ver en qué situación se produjeron esas conversaciones y se necesita determinar si en tal conversación el protagonista quiere agrandarse para hacer negocios políticos o económicos.

6 – El fiscal insistió en que el memorándum es la pieza clave del plan criminal de encubrimiento. ¿Un documento votado por el Congreso constituye un delito?

El ex secretario de Interpol Ronald Noble dice que el memorándum fue un paso adelante porque se buscó una forma de llevar a los sospechosos a un juicio. Amnesty International afirmó: “El Memorándum de Entendimiento, una oportunidad para alcanzar justicia y reparación para las víctimas”. Se podía estar políticamente a favor o en contra, pero lo cierto es que lo votó el Congreso y buena parte de los familiares dijeron que había que hacer el intento. Cuando se acordó el juicio por el atentado en Lockerbie, en que Estados Unidos y el Reino Unido acusaban a dos libios, el principal negociador –en silencio– fue Nelson Mandela.

En su escrito, Nisman considera como prueba que “tiene un enmarañado proceso de aplicación”, lo que es evaluar judicialmente una decisión política tomada por diputados y senadores. En todo caso, como siempre sostuvo el Ejecutivo, la Justicia intervendría en su momento resolviendo si lo firmado era compatible con el sistema judicial argentino. Sin dudas la pregunta que tendrá que responder mañana Nisman es: una ley puede ser inconstitucional, pero ¿puede ser delito?

Hallaron muerto al fiscal Nisman

El fiscal federal Alberto Nisman fue encontrado sin vida anoche en el baño de su departamento de Puerto Madero junto a un arma de fuego y un casquillo de bala calibre 22, luego de que su madre ingresara a la vivienda alertada por la custodia del fiscal, quien alertó a la familia sobre la “falta de respuestas” a los llamados.

Alberto Nisman

La noticia comenzó a circular como rumor minutos antes de la medianoche del domingo y fue la fiscal Viviana Fein, quien ya se encuentra trabajando en la investigación, la que pasadas las 4 del lunes confirmó la noticia a los periodistas que habían montado guardia en los alrededores de la torre Le Parc, donde vivía el fiscal.

“Ha fallecido el fiscal Nisman”, anunció la fiscal al puñado de periodistas que se había agrupado sobre la calle Aimé Painé, una de las laterales del complejo ubicado en Puerto Madero, por donde se aprestaba a salir el transporte forense de lo bomberos que llevó el cuerpo hasta la morgue donde ya le están realizando la autopsia.

“El fiscal ha sido encontrado muerto. No podemos aventurar pronósticos hasta que la morgue precise la causa determinante. Sí se puede confirmar que había un arma de fuego, calibre 22”, señaló Fein, titular de la Fiscalía Nacional en lo Criminal de Instrucción 45, cuando confirmó el hecho.

Fein detalló además que el cuerpo del fiscal había sido “encontrado dentro de la unidad por su madre”, quien acudió al domicilio de Puerto Madero y, ante una consulta de Télam, informó que todavía no había tomado declaración indagatoria al equipo que custodiaba al fiscal, pero que lo haría más tarde.

El contacto de la fiscal con la prensa confirmó lo que ya era una verdad a voces alrededor del edificio situado en Azucena Villaflor 450 donde desde las 1.30 estaba el secretario de Seguridad, Sergio Berni, y desde horas antes había móviles de la Unidad Criminalística y de la Unidad Médica Forense de la Policía Federal, ambulancias del SAME, vehículos de emergencia y decenas de oficiales y peritos de la Policía Federal y agentes de la Prefectura.

Instantes después de que la fiscal hablara con los medios, el Ministerio de Seguridad aportó la versión oficial de los hechos a través de un comunicado en el que se informó que “los efectivos de la custodia de Nisman, pertenecientes a la Policía Federal Argentina, habían alertado a su Secretaría en horas de la tarde de su falta de respuesta a los insistentes llamados telefónicos”.

“Al constatar que el hombre tampoco respondía al timbre de la casa y que el periódico del domingo aún se encontraba en el palier, decidieron notificar a los familiares”, se agregó en el comunicado.

“El fiscal disponía de 10 efectivos de la Policía Federal Argentina para su custodia personal. La custodia entonces recogió a la madre de Nisman en su domicilio y la llevó a la torre Le Parc. Al intentar ingresar, la mujer constató que la puerta se encontraba cerrada con la llave colocada en la cerradura por dentro”, se resaltó.

Fue entonces que, según la reconstrucción hecha por la cartera que conduce María Cecilia Rodríguez, los familiares solicitaron al personal de mantenimiento del edificio que convocaran a un cerrajero para ingresar al departamento”.

“A primera hora de la noche, la madre ingresó a la vivienda acompañada por uno de los custodios, hallando el cuerpo de Nisman en el interior del baño de su habitación, bloqueando la puerta ingreso al mismo”, se indicó en el comunicado.

Inmediatamente, “se notificó a la justicia de turno” y “ante la presencia del juez Manuel De Campos y de la fiscal Fein, el personal policial logró ingresar al baño”, donde “junto al cuerpo de Nisman, que se hallaba en el suelo, se encontró un arma de fuego calibre 22, además de un casquillo de bala”.

Desde el Ministerio de Seguridad informaron que Berni se constituyó en el edificio para supervisar la aplicación de los protocolos de preservación de la escena del crimen por parte de los servicios de policía científica de la Prefectura Naval Argentina y de la Policía Federal Argentina convocados por los funcionarios judiciales a cargo de la investigación.

La fiscal se retiró del edificio pasadas las diez y, antes de encontrarse con los abogados de la familia del fiscal, ratificó la información que había brindado horas antes y agregó que el fiscal había muerto varias horas antes de que fuera encontrado su cuerpo en el que había rastros de un solo disparo.